O método
Chiapi é um tratamento de acupunctura para deixar de fumar, e consiste na
inserção de duas agulhas na face lateral do nariz.
O método
Chiapi elimina a necessidade de fumar desde o primeiro tratamento em 80% dos
casos. Com dois tratamentos o sucesso sobe para 90%.
O método
Chiapi elimina a necessidade da nicotida mas não a vontade que a pessoa pode
existir. Como pode uma pessoa diferenciar a necessidade da vontade? A
necessidade da nicotina traduz-se em ansiedade, irritabilidade e impaciência.
São sintomas muito fortes que indicam intoxicação do organismo. A vontade o
desejo está ligado ao hábito de fumar, de pegar no cigarro, são muitas vezes
actos inconscientes do próprio organismo.
Este
tratamento deverá ser sempre efectuado por profissionais competentes com
formação em acupunctura
ESTUDO
Os resultados
Para
demonstrar cientificamente a eficácia do método Chiapi, os autores Yves
Requena, Claude Pernice, Daniel Michel realizaram um estudo em 1353 fumadores
em meio hospitalar em Marselha (Interesse terapêutico da Acupunctura na luta
contra a intoxicação tabágica). É o primeiro estudo mundial em grande escala
sobre a desintoxicação tabágica, 1975-1976. Assim, depois de 1 mês e uma ou
duas sessões de acupunctura efectuadas com
uma semana de intervalo, 70% (mais precisamente 68,12%) dos pacientes
tinham deixado de fumar, passados 3 meses 60% (mais precisamente 59,99%) dos
continuava sem fumar.
Eficácia do método sobre a necessidade fisiológica
Em 1142
pessoas analizadas neste estudo, apenas 120 indicou a razão de necessidade como
explicação para a reincidência tabágica, ou seja 10,50%. O que significa que
89,50% das pessoas não sentiu necessidade de voltar a fumar.
A
necessidade foi a razão indicada nos casos de reincidência tabágica,
principalmente nos primeiros meses.
- 6,56%
antes do 4º dia
- 1,75
entre o 5º e o 10º dia
- 1,85
entre o 11º e o 30º dia
Após o 2º e 3º mês, apenas 0,17%
as pessoas evoca a necessidade como razão para voltar a fumar.
Daí o interesse, para aumentar as
possibilidade de sucesso, de uma 2ª e 3ª sessão a decidir pelo fumador, assim
que ele sinta uma queda na motivação.
Os homens param mais facilmente que as mulheres
Os homens e as mulheres não
reagem da mesma forma na desintoxicação tabágica
Até aos 3 meses 59,99% dos grupo estudado continua sem
fumar, mas:
|
Número de pessoas
|
Paragem completa
|
Paragem completa %
|
Mulheres
|
238
|
116
|
48,74
|
Homens
|
904
|
568
|
62,83
|
Este
quandro mostra que em 904 homens tratados, 568 deixam completamente de fumar ou
seja, 62,83%. No caso das mulheres, em 238 mulheres tratadas foram 118 as que
deixaram completamente de fumar, somente 48,74%. Este estudo conclui facilmente
que as mulheres têm mais dificuldade em deixar de fumar quando comparadas ao
homem neste método. Acaba por ser um resultado pouco surpreendente, pois ele é
semelhante em todos os outros métodos de desintoxicação.
Dificuldades tipicamente femininas
São muitas
as hipóteses que podem explicar a dificuldade da mulher em deixar de fumar:
- A
mulher, salvo quando está grávida, está menos motivada a deixar de fumar
do que o homem. Frequentemente menos intoxicada que o homem, ela não sente
com ele, os primeiros sintomas patológicos provocados pelo tabaco (tosse,
diminuição da capacidade respiratória, etc.)
- A
mulher fuma com menos frequência e algumas vezes inala menor concentração
de fumo, contrariamente ao homem. Ora a intoxicação tabágica da mulher
será então, muito mais uma questão de hábito gestual e de prazer
intelectual do que uma verdadeira necessidade física da droga. Isto
explica que a Acupunctura (que retira a necessidade física) tenha uma
menor acção nos fumadores do sexo feminino.
- A
mulher, que possui um carácter psico-afectivo completamente distinto do
homem, tem possivelmente maior dificuldade que este, em se “separar da
companhia do cigarro”.
- Mas
tudo isto está a mudar, pois as mulheres fumam cada vez mais, e mesmo nos
mais jovens, as mulheres já fumam mais que homens, e em quantidades
idênticas.
A pessoas dentre os 36-45 anos têm os melhores resultados de sucesso no
processo de desintoxicação
A idade do
fumador é determinante para no sucesso do acto de deixar de fumar.
Paragem completa:
- Dos
0 aos 25 anos – 47,34%
- Dos
26 aos 35 anos – 59,42%
- Dos
36 aos 45 anos – 71,23%
- Dos
46 aos 55 anos – 68,93%
- Acima
dos 55 anos – 46,51%
Num total de 698 pessoas
Segundo
este quadro, em 285 pessoas dos 36 aos 45 anos, 203 deixaram de fumar (71,23%).
Com igual importância, em 206 pessoas entre os 46 e os 55 anos, 142 deixaram
completamente o vício (68,93%).
A média da
fatia 36-55 anos atinge ou passa os 70%. Se incluir-mos o grupo dos 26-35, que
não está longe da média geral: 49,42% em comparação com os 49,89% da média
geral, a constatação é ainda mais evidente.
Em conclusão: Entre os 26 e os 56
anos, a média conjunta dos fumadores que param de fumar é de 66,52%. Ora traduzindo
em número, 2 em cada 3 fumadores, entre os 26 e os 56 anos, não voltam a fumar
até aos 3 meses com o método Chiapi.
O resultado
geral aos 3 meses, está marcado por duas fatias etárias que não reagem tão bem:
abaixo dos 25 anos (47,34%) e acima dos 56 anos (46,51%). Estes fracos
resultados são eventualmente explicados através de factores sociais e
psicológicos.
36-55 anos: a idade do juízo?
A motivação
para deixar de fumar, quando nos encontramos nesta faixa etária pode
explicar-se pelo facto do sujeito ter idade suficiente para sentir os primeiros
efeitos maléficos do tabaco, e ainda jovem o suficiente para viver muito tempo
de boa saúde.
A quantidade de tabaco fumado não influencia a eficiência do método
É compreensivel pensar-mos que
quanto mais fumamos, mais intoxicados estamos e mais dependentes desta droga,
ora é então mais dificil deixar de fumar...
Nada como a
estatística para nos provar o contrário.
Paragem completa:
- 0 a
15g/dia – 63,20%
- 16 a
35g/dia – 60,85%
- 35-55g/dia
– 58,28%
- Mais
de 56g/dia – 61,11%
Num total de 692 pessoas
Chamada de atenção: 1 cigarro = 1 grama de tabaco
A analise
estatística dos resultados do estudo demonstra que a quantidade de tabaco
fumada não tem qualquer influência statistica significativa na eficácia do
método Chiapi. Esta experimentação apoia fortemente a teoria de que este método
de acupunctura suprime completamente a necessidade quer a quantidade seja
grande ou pequena, dando a ideia do tudo ou nada.
Os anos de tabagismo têm pouca influência no processo de desintoxicação
Para que a
avaliação da influência dos anos de intoxicação tabágica no processo de
desintoxicação seja correcta de modo a não interferir a idade do indivíduo,
este estudo valorizou os “anos de tabagismo” de cada caso.
Anos de tabagismo
|
Paragem completa
(%)
|
1 a 5
|
49,63
|
6 a 10
|
60
|
11 a 20
|
64,67
|
21 a 30
|
67,45
|
31 a 40
|
57,46
|
41 a 50
|
51,16
|
Mais de 50
|
53,92
|
Na observação destes resultados é
impossível tirar uma conclusão válida.
Aparentemente, as pessoas com
poucos anos de tabaco (menos de 5 anos) estão ainda num “período rosa”. É
então, quase lógico que estes indivíduos parem de fumar com maior deficuldade.
Os anos de tabagismo
Este termo
é a unidade do nível de intoxicação que associa a quantidade de tabaco fumado
ao tempo em que o vício está presente. Então um maço de tabaco por dia, 20
gramas de tabaco por dia durante 1 ano, é equivalente a um ano de tabaco.
Segundo esta regra, se um fumador consome 40 gramas de tacabo por dia ( dois
maços de tabaco por dia) durante um ano, será equivalente a fumar 20 gramas de
tabaco por dia durante dois anos, sendo considerados 2 anos de tabagismo.
A inalação do fumo torna mais dificil a desintoxicação
Inalação e paragem completa:
- Sim
inalo – 59,42%
- Não
inalo – 66,25%
Num total de 684 pessoas
A inalação
de fumo aumenta a dependência à nicotina, tornando a paragem mais dificil.
Segundo este estudo, os indivíduos que não inalam o fumo para mais facilmente
em relação aos que inalam. Embora, para o método Chiapi, esta diferença seja evidente,
não é estatisticamente significativa. O que permite então concluir que a
eficácia do método Chiapi não é alterada pelo facto de se poder inalar fumo ou
não.
Medição da intoxicação
É possivel
medir a intoxicação tabágica activa ou passiva com um aparelho que doseia o
monóxido de carbono no ar expirado. Este gaz provém da combustão do tabaco e
está presente em grandes quantidades no fumo inalado. A sua medição dá uma
medida de perigo de intoxicação assim como da dependência do fumador, pois quanto
mais fumamos maior é a quantidade de monóxido de carbono existente e maior a
dependência.
Fumar em jejum é um sinal de grande dependência
O resultado
dos estudos confirmam que o facto de se fumar em jejum é um sinal de grande
dependência à nicotina. O que torna a paragem mais dificil através do método
Chiapi.
Paragem com jejum
- Sim
249 – 52,53%
- Não
435 – 65,12%
Tabaco e dependência
Se o tabaco
é considerado como um toximaníaco, isto deve-se ao facto deste criar uma
dependência a três níveis, níveis esses que se interligam e se complementam:
- Dependência
psicológica ligada ao prazer de fumar
- Dependência
comportamental ligada aos gestos e
hábitos
- Dependência
física ligada à nicotina
Após a inalação de um bafo de
cigarro, a nicotina chega ao cérebro passados 7 a 10 segundos. Este “shoot”
provoca uma aceleração do ritmo cardíaco e um aumento da pressão arterial. A
fixação da nicotina em certas células receptoras no cérebro, estão na origem da
sensaçao de prazer que apenas aparece com o consumo de pelo menos 1 a 2
cigarros por dia após uns meses de tabagismo. A nicotina é em seguida eliminada
pelo organismo durante cerca de 2 horas. Se não fumar-mos entretanto aparece
então a sensação de falta.
O sucesso da desintoxicação é independente
da motivação
Motivação e paragem completa
·
Por razões médicas importantes, 94 – 53,72%
·
Outras doenças e sintomas incomodativos, 155 –
58,05%
·
Medo da doença, sem motivação, 435 – 62,14%
Segundo os
resultados do estudo, a motivação (o “clic”), não tem valor no prognóstico do
paciente neste método. Então o fumadores com doenças graves não deixam de fumar
mais facilmente do que os fumadores que não têm indicação médica