domingo, 6 de abril de 2014

           
O método Chiapi é um tratamento de acupunctura para deixar de fumar, e consiste na inserção de duas agulhas na face lateral do nariz.

            O método Chiapi elimina a necessidade de fumar desde o primeiro tratamento em 80% dos casos. Com dois tratamentos o sucesso sobe para 90%.

          

             O método Chiapi elimina a necessidade da nicotida mas não a vontade que a pessoa pode existir. Como pode uma pessoa diferenciar a necessidade da vontade? A necessidade da nicotina traduz-se em ansiedade, irritabilidade e impaciência. São sintomas muito fortes que indicam intoxicação do organismo. A vontade o desejo está ligado ao hábito de fumar, de pegar no cigarro, são muitas vezes actos inconscientes do próprio organismo.

            Este tratamento deverá ser sempre efectuado por profissionais competentes com formação em acupunctura



ESTUDO

Os resultados

            Para demonstrar cientificamente a eficácia do método Chiapi, os autores Yves Requena, Claude Pernice, Daniel Michel realizaram um estudo em 1353 fumadores em meio hospitalar em Marselha (Interesse terapêutico da Acupunctura na luta contra a intoxicação tabágica). É o primeiro estudo mundial em grande escala sobre a desintoxicação tabágica, 1975-1976. Assim, depois de 1 mês e uma ou duas sessões de acupunctura efectuadas com  uma semana de intervalo, 70% (mais precisamente 68,12%) dos pacientes tinham deixado de fumar, passados 3 meses 60% (mais precisamente 59,99%) dos continuava sem fumar.


Eficácia do método sobre a necessidade fisiológica


            Em 1142 pessoas analizadas neste estudo, apenas 120 indicou a razão de necessidade como explicação para a reincidência tabágica, ou seja 10,50%. O que significa que 89,50% das pessoas não sentiu necessidade de voltar a fumar.


            A necessidade foi a razão indicada nos casos de reincidência tabágica, principalmente nos primeiros meses.


  • 6,56% antes do 4º dia
  • 1,75 entre o 5º e o 10º dia
  • 1,85 entre o 11º e o 30º dia


Após o 2º e 3º mês, apenas 0,17% as pessoas evoca a necessidade como razão para voltar a fumar.


Daí o interesse, para aumentar as possibilidade de sucesso, de uma 2ª e 3ª sessão a decidir pelo fumador, assim que ele sinta uma queda na motivação.


Os homens param mais facilmente que as mulheres


Os homens e as mulheres não reagem da mesma forma na desintoxicação tabágica

Até aos 3 meses 59,99% dos grupo estudado continua sem fumar, mas:


Número de pessoas
Paragem completa
Paragem completa %
Mulheres
238
116
48,74
Homens
904
568
62,83


            Este quandro mostra que em 904 homens tratados, 568 deixam completamente de fumar ou seja, 62,83%. No caso das mulheres, em 238 mulheres tratadas foram 118 as que deixaram completamente de fumar, somente 48,74%. Este estudo conclui facilmente que as mulheres têm mais dificuldade em deixar de fumar quando comparadas ao homem neste método. Acaba por ser um resultado pouco surpreendente, pois ele é semelhante em todos os outros métodos de desintoxicação.


Dificuldades tipicamente femininas


            São muitas as hipóteses que podem explicar a dificuldade da mulher em deixar de fumar:


  • A mulher, salvo quando está grávida, está menos motivada a deixar de fumar do que o homem. Frequentemente menos intoxicada que o homem, ela não sente com ele, os primeiros sintomas patológicos provocados pelo tabaco (tosse, diminuição da capacidade respiratória, etc.)
  • A mulher fuma com menos frequência e algumas vezes inala menor concentração de fumo, contrariamente ao homem. Ora a intoxicação tabágica da mulher será então, muito mais uma questão de hábito gestual e de prazer intelectual do que uma verdadeira necessidade física da droga. Isto explica que a Acupunctura (que retira a necessidade física) tenha uma menor acção nos fumadores do sexo feminino.
  • A mulher, que possui um carácter psico-afectivo completamente distinto do homem, tem possivelmente maior dificuldade que este, em se “separar da companhia do cigarro”.
  • Mas tudo isto está a mudar, pois as mulheres fumam cada vez mais, e mesmo nos mais jovens, as mulheres já fumam mais que homens, e em quantidades idênticas.


A pessoas dentre os 36-45 anos têm os melhores resultados de sucesso no processo de desintoxicação


            A idade do fumador é determinante para no sucesso do acto de deixar de fumar.


Paragem completa:


  • Dos 0 aos 25 anos – 47,34%
  • Dos 26 aos 35 anos – 59,42%
  • Dos 36 aos 45 anos – 71,23%
  • Dos 46 aos 55 anos – 68,93%
  • Acima dos 55 anos – 46,51%


Num total de 698 pessoas


            Segundo este quadro, em 285 pessoas dos 36 aos 45 anos, 203 deixaram de fumar (71,23%). Com igual importância, em 206 pessoas entre os 46 e os 55 anos, 142 deixaram completamente o vício (68,93%).

            A média da fatia 36-55 anos atinge ou passa os 70%. Se incluir-mos o grupo dos 26-35, que não está longe da média geral: 49,42% em comparação com os 49,89% da média geral, a constatação é ainda mais evidente.


Em conclusão: Entre os 26 e os 56 anos, a média conjunta dos fumadores que param de fumar é de 66,52%. Ora traduzindo em número, 2 em cada 3 fumadores, entre os 26 e os 56 anos, não voltam a fumar até aos 3 meses com o método Chiapi.


            O resultado geral aos 3 meses, está marcado por duas fatias etárias que não reagem tão bem: abaixo dos 25 anos (47,34%) e acima dos 56 anos (46,51%). Estes fracos resultados são eventualmente explicados através de factores sociais e psicológicos.



36-55 anos: a idade do juízo?


            A motivação para deixar de fumar, quando nos encontramos nesta faixa etária pode explicar-se pelo facto do sujeito ter idade suficiente para sentir os primeiros efeitos maléficos do tabaco, e ainda jovem o suficiente para viver muito tempo de boa saúde.


A quantidade de tabaco fumado não influencia a eficiência do método


            É compreensivel pensar-mos que quanto mais fumamos, mais intoxicados estamos e mais dependentes desta droga, ora é então mais dificil deixar de fumar...

            Nada como a estatística para nos provar o contrário.


Paragem completa:


  • 0 a 15g/dia – 63,20%
  • 16 a 35g/dia – 60,85%
  • 35-55g/dia – 58,28%
  • Mais de 56g/dia – 61,11%


Num total de 692 pessoas


Chamada de atenção: 1 cigarro = 1 grama de tabaco


            A analise estatística dos resultados do estudo demonstra que a quantidade de tabaco fumada não tem qualquer influência statistica significativa na eficácia do método Chiapi. Esta experimentação apoia fortemente a teoria de que este método de acupunctura suprime completamente a necessidade quer a quantidade seja grande ou pequena, dando a ideia do tudo ou nada.


Os anos de tabagismo têm pouca influência no processo de desintoxicação


            Para que a avaliação da influência dos anos de intoxicação tabágica no processo de desintoxicação seja correcta de modo a não interferir a idade do indivíduo, este estudo valorizou os “anos de tabagismo” de cada caso.


Anos de tabagismo
Paragem completa (%)
1 a 5
49,63
6 a 10
60
11 a 20
64,67
21 a 30
67,45
31 a 40
57,46
41 a 50
51,16
Mais de 50
53,92


Na observação destes resultados é impossível tirar uma conclusão válida.

Aparentemente, as pessoas com poucos anos de tabaco (menos de 5 anos) estão ainda num “período rosa”. É então, quase lógico que estes indivíduos parem de fumar com maior deficuldade.


Os anos de tabagismo


            Este termo é a unidade do nível de intoxicação que associa a quantidade de tabaco fumado ao tempo em que o vício está presente. Então um maço de tabaco por dia, 20 gramas de tabaco por dia durante 1 ano, é equivalente a um ano de tabaco. Segundo esta regra, se um fumador consome 40 gramas de tacabo por dia ( dois maços de tabaco por dia) durante um ano, será equivalente a fumar 20 gramas de tabaco por dia durante dois anos, sendo considerados 2 anos de tabagismo.


A inalação do fumo torna mais dificil a desintoxicação


Inalação e paragem completa:


  • Sim inalo – 59,42%
  • Não inalo – 66,25%


Num total de 684 pessoas


            A inalação de fumo aumenta a dependência à nicotina, tornando a paragem mais dificil. Segundo este estudo, os indivíduos que não inalam o fumo para mais facilmente em relação aos que inalam. Embora, para o método Chiapi, esta diferença seja evidente, não é estatisticamente significativa. O que permite então concluir que a eficácia do método Chiapi não é alterada pelo facto de se poder inalar fumo ou não.


Medição da intoxicação


            É possivel medir a intoxicação tabágica activa ou passiva com um aparelho que doseia o monóxido de carbono no ar expirado. Este gaz provém da combustão do tabaco e está presente em grandes quantidades no fumo inalado. A sua medição dá uma medida de perigo de intoxicação assim como da dependência do fumador, pois quanto mais fumamos maior é a quantidade de monóxido de carbono existente e maior a dependência.


Fumar em jejum é um sinal de grande dependência


            O resultado dos estudos confirmam que o facto de se fumar em jejum é um sinal de grande dependência à nicotina. O que torna a paragem mais dificil através do método Chiapi.


Paragem com jejum


  • Sim 249 – 52,53%
  • Não 435 – 65,12%

Tabaco e dependência


            Se o tabaco é considerado como um toximaníaco, isto deve-se ao facto deste criar uma dependência a três níveis, níveis esses que se interligam e se complementam:

  1. Dependência psicológica ligada ao prazer de fumar
  2. Dependência comportamental ligada aos  gestos e hábitos
  3. Dependência física ligada à nicotina

Após a inalação de um bafo de cigarro, a nicotina chega ao cérebro passados 7 a 10 segundos. Este “shoot” provoca uma aceleração do ritmo cardíaco e um aumento da pressão arterial. A fixação da nicotina em certas células receptoras no cérebro, estão na origem da sensaçao de prazer que apenas aparece com o consumo de pelo menos 1 a 2 cigarros por dia após uns meses de tabagismo. A nicotina é em seguida eliminada pelo organismo durante cerca de 2 horas. Se não fumar-mos entretanto aparece então a sensação de falta.


O sucesso da desintoxicação é independente da motivação


Motivação e paragem completa


·         Por razões médicas importantes, 94 – 53,72%

·         Outras doenças e sintomas incomodativos, 155 – 58,05%

·         Medo da doença, sem motivação, 435 – 62,14%


Segundo os resultados do estudo, a motivação (o “clic”), não tem valor no prognóstico do paciente neste método. Então o fumadores com doenças graves não deixam de fumar mais facilmente do que os fumadores que não têm indicação médica

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