segunda-feira, 28 de janeiro de 2013


O Qi Gong é uma ginástica chinesa cuja origem remonta a tempos tão antigos que é difícil saber ao certo o seu verdadeiro início.
Supõe-se que terá começado de forma instintiva, para contrariar o frio e as dores ligeiras.

Com o tempo terá sido desenvolvido até chegar ao Qi Gong que conhecemos hoje. O Qi Gong não é mais nem menos do que aumentar, regularizar e fazer circular o Qi (Ki, Prana, energia) pelo nosso corpo.

É portanto uma ginástica física, energética e também espiritual. Tem por base a respiração abdominal que rege os movimentos do corpo e proporciona a tranquilidade necessária para o exercício meditativo. É precisamente através da respiração do Qi Gong que o Qi aumenta, para que depois possa ser distribuído para todo o corpo. A respiração é por isso algo de fundamental no Qi gong. É também algo que o difere de muitos outros exercícios comuns que não têm em conta a respiração nem a sua coordenação com o movimento efectuado.

Existem centenas, senão milhares de estilos de Qi Gong, isto porque, para além das diversas escolas e mosteiros que estiveram na origem da criação de determinados estilos (conjunto de exercícios de Qi Gong que têm por base um determinado objectivo), ao longo dos milénios as pessoas foram, à sua maneira desenvolvendo esses mesmos estilos, transformando-os ligeiramente. Acontece que, nos dias de hoje, os praticantes de Qi Gong facilmente aprendem uns com os outros diferentes estilos, tantos são os existentes. Exemplos de alguns estilos: Baduanjin, Wudang, Estiramento de Meridianos, Zhineng, Mawangdui, etc. O Qi Gong tem vindo apresentar excelentes resultados (alguns deles comprovados cientificamente) ao nível do stress, circulação, padrão de sono, tensão arterial, regulação e estimulação do sistema imunitário, na diminuição da incidência de doenças reumáticas, no controle ou melhoria de algumas doenças autoimunes, depressão, etc. Acima de tudo o Qi Gong proporciona a todos um bom momento de exercício físico, possível a todas as idades, acompanhado de descontração e relaxamento mental e emocional.

A prática continuada, para além de proporcionar uma boa forma física acompanhada de todas as possíveis alterações acima referenciadas, permite sobretudo uma mudança de estilo de vida. À medida que o tempo vai passando, a tranquilidade e clareza de espírito tendem a instalar-se de forma mais permanente, o que nos permite ter uma perspectiva diferente do mundo que nos rodeia. Por isso o Qi Gong é tão interessante. Acabamos por trabalhar o corpo na sua forma integral, como o próprio nome indica, trabalhar a energia.

O conceito de energia na cultura chinesa é um conceito abstracto e com muitas interpretações possíveis, principalmente se procurarmos a sua interpretação ao longo dos tempos. Aquela que me seduziu mais foi a que define Qi (energia) como o não fogo. Aqui o fogo simboliza as emoções e o ego, e portanto a energia é tudo o que existe à excepção das emoções e do ego. Quer com isto dizer que o Qi Gong trabalha a energia original, nutrindo-a levando directa e indirectamente a diminuição do ego e das emoções. Isto permite chegar àquilo que os Taoistas tanto desejam, a quietude suprema.

O Qi Gong deve por isso ser encarado como um projecto de vida, uma prática transformadora do corpo e mente nos seus aspectos globais. Um exercício com resultados  de curto, médio e longo prazo. A grande maioria dos praticantes sente os efeitos positivos do Qi Gong, mas nem todos conseguem, também devido ao ritmo das suas vidas, continuar esta prática.
Para mais informações sobre Qi Gong e Taoismo: daoismo.blogspot.pt

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